Serpentes do Brasil em Ubatuba

 
Ubatuba ganhou um novo espaço turístico: é o “Exposição Serpentes do Brasil”. Este serpentário é uma parceria do Aquário de Ubatuba com o Instituto Butantã de São Paulo, que reúne aproximadamente 45 espécies de ofídios (serpentes), entre outros animais como: escorpiões, aranhas, iguanas e recentemente salamandras (animal estrangeiro). Uma das principais causas desta parceria é que Ubatuba destaca-se em primeiro lugar do estado com acidentes com ofídios, em especial por mordidas de jara-racuçu e jararacas. Estamos localizados num município que tem grande parte de sua área tombada pela Reserva Ecológica da Serra do Mar e todo o ciclo do ecossistema deve ser preservado; para isso, precisamos conhecer um pouco deste mundo e, assim, aprendermos a respeitá-lo. É com esta consciência que os técnicos nos  acompanham nesta interessante viagem em uma área de 300m², onde estão os 35 terrários em exposição. Aprendemos que existe a cobra coral falsa e a verdadeira, ou seja, a diferença é que a dita verdadeira vive geralmente enterrada, tem olhos pequenos e é venenosa; a falsa não é peçonhenta, tem olhos arredondados e usa a mesma cor para afugentar seus inimigos. Descobrimos que existem tipos de lagartos não evoluídos e que são reconhecidos por leigos como cobras: é o caso das populares “cobra de vidro” e “cobra cega”, de cor acizentada. Uma das cobras mais comuns e interessante em nossa região é a muçurana, de cor preta. Ela não é peçonhenta, porém seu alimento principal são as venenosas serpentes jararaca e jaracuçu. Um dado interessante quanto às aranhas é que as peçonhentas não tecem teias geométricas. 
Estas e tantas outras particularidades são explanadas nesta visita, onde alguns casos são desmis-tificados. Segundo os técnicos, é sempre importante quando for mexer em entulhos estar equipado com botas e luvas, e mesmo quando for fazer trilhas. 
E por falar em trilhas, esta época do ano pede um pouco de atenção: de novembro a janeiro é época de procriação da família das bothrops (jararacas e jaracuçus) e em outubro iniciou-se a das cobras corais.
É bom lembrar que a cobra só ataca quando sente-se acuada ou agredida, por isso, ao vê-la, o aconselhável é parar e deixá-la passar. Normalmente, elas ficam nos troncos das árvores e por isso deve-se prestar atenção antes de apoiar-se, pois sua sobrevivência é importante para o ciclo de todo ecossistema: elas geralmente alimentam-se de roedores, hoje em grande número no planeta. 
O espaço também dispõe de loja, lanchonete e sala didática, onde são dadas orientações de primeiros socorros, prevenção de acidentes, os diferentes tipos de soros, CD room e um completo e fascinante esqueleto de cascavel, que chega a ter 800 ossos. Só na parte do crânio, uma cobra tem em média 46 ossos. 
A exposição, que vale a pena ser conferida, funcionará nestas férias todos os dias das 10h às 22h.