Prainha do Matarazzo:
pequenina, porém imponente

Tamanho da foto ampliada: 113KbSéculo XVI, destacava-se um dos principais portos do Brasil.Café e açúcar eram transportados em famosas embarcações com toda segurança que se fazia necessária a proteção dos produtos responsáveis pelo lucro de nossa nação.A passagem de um túnel misterioso levanta suspeita quanto a sua verdadeira origem: uns dizem ser uma passagem secreta de antigos piratas que escondiam ouro saqueado em grandes aventuras marítimas, outros que a passagem foi construída pelos negros que a usavam para fuga e ainda há quem diga que os índios tamoios a usavam simplesmente para transferir-se do Perequê Açu, onde até hoje há um marco do início do tal túnel, a praia do Matarazzo. Pequenina em sua geografia, imponente na cumplicidade de suas histórias...Escolhida por um dos mais ilustres empresários da época, que fixou residência na mansão da praia, que garante uma deslumbrante vista da enseada de Ubatuba, Francisco (Cicillo) Matarazzo Sobrinho, apaixonou-se pela terra, da qual podia observar o movimento de sua varanda. Decidido a lutar pelos valores da terra, o homem inteligente, de decisões arrojadas, atitudes práticas e bem relacionado, foi lançado por seus amigos na política, candidatando-se a prefeito de Ubatuba. Numa disputa honesta, bancou toda a campanha eleitoral do seu adversário, possibilitando à população eleger seu candidato justamente. Cicillo Matarazzo, eleito em 14 do outubro de 1934, com 1.063 votos, realizou significantes conquistas para o município. Suas obras de supra importância destacam-se até os dias de hoje. São algumas delas: construção do aeroporto, tratamento de esgoto, viabilização dos trâmites legais para a doação da área da Santa Casa, energia elétrica; há sessenta e cinco anos... A antiga casa de Ciccillo Matarazzo, onde hoje funciona uma casa noturna
A lua cheia, desnuda no horizonte com seu véu alaranjado, convidando os enamorados a passearem pelas areias da praia do Matarazzo, para trocarem juras de amor à luz do luar que, com o passar das horas, derrama pelas águas do oceano seu reflexo prateado, formando um caminho mágico que termina num suave beijo nas areias da prainha. No passado, era famosa pelos encontros amorosos. Muitos deles aconteciam às escondidas pois o local era ideal para fugir da vista dos pais severos no tempo que pegar na mão significava namoro sério. Os beijos selados na prainha deixam saudades na memória de muitos ubatubenses. Do resquício do passado, restam as boas lembranças deleitadas por antigos moradores, fatos registrados em livros encontrados na biblioteca municipal, e os ranchos de canoas instalados ao longo da praia, onde pescadores conservam os conhecimentos transmitidos de pais para filhos, que fazem do homem caiçara sábio na arte de retirar o alimento do grandioso oceano, onde a precisão do horário das marés, a direção dos ventos, as fases do nosso satélite natural são fatores primordiais para a boa pesca.
Hoje, a praia que já teve seus dias de resplendor, comporta-se como uma senhora aposentada, que abriga um condomínio fechado e uma casa noturna na antiga mansão de Cicillo Matarazzo, que parece ofuscar sua beleza. Mas sempre observadora, ela lá está, olhando o movimento da cidade...A lua, as areias, o mar, ainda são os mesmos. O que muda são os personagens que sempre estão a visitá-la. Mas esta será outra estória...

vista do porto, que já foi o principal do Brasil.