Caçandoquinha,resquícios de uma raça

Construído por José Antônio de Sá, o monopólio da fazenda de Caçandoca, em 1881, foi herdado por seus três filhos: Marcolino Antônio de Sá, que ficou com Caçandoca; Izidoro Antônio de Sá, da fazenda da Ponta Grossa, no Saco da Raposa, e Sinfrônio de Sá, com a fazenda do Saco das Bananas. 
Essas fazendas são o paraíso em terras quilombolas, pois tudo que se planta, se colhe. Sendo assim, a cana-de-açúcar, a mandioca, a banana e tantas outras especiarias fizeram riqueza no passado. Hoje, Caçandoquinha guarda uma história de riqueza branca e sofrimento escravo. Mas o lugar, fascinante por sua beleza natural, conduziu para que a história tivesse um final feliz. Hoje, todo o remanescente foi regularizado burocraticamente sendo considerado o primeiro Reduto Quilombola de todo o Litoral Norte. 
Águas tranqüilas, praia composta por areia monazítica (uma areia medicinal indicada no auxílio da cura de reumatismo e artrites); caraguatás, chapéus-de-sol, laranjeiras, coqueiros, fazem parte do lugar onde arapongas, baitacas, periquitos, sabiás, tucanos, pica-paus cantam e encantam os visitantes, que algumas vezes assustam-se quando cruzam com a grande muçurana, cobra inofensiva, de cor azulada, devoradora de cobras venenosas.
Um riozinho, ao lado direito da praia, deságua sua transparência no grande oceano. Além de matar a sede de tatus e tamanduás, decora o lugar com sua suavidade. No mesmo lado, inicia-se uma caminhada pela costeira, usada para pesca e reflexão. 
Caçandoquinha fica ao lado da praia de Caçandoca e os turistas chegam até ela a partir da rodovia SP-55, Km 78, no bairro da Maranduba. Após três quilômetros de percurso, avista-se uma beleza única, onde o bosque formado pela Mata Atlântica dá lugar a uma fazenda que finaliza nas areia da praia de Caçandoca, onde, ao lado direito, dá-se inicio a micro trilha para a recatada praia de Caçandoquinha. 
Este passeio mais parece uma viagem no tempo, onde a diferença é que o sofrimento foi trocado pela vitória, reinando a paz que emana no espírito de quem o visita.