CampingÔnibus na estrada

Praia do Puruba, o som da alma!

Pescadores artesanais no delta do rio Puruba defrutam de tudo que o lugar pode oferecer-lhes: peixes, natureza exuberante e tranqüilidade. Foto: Jija/ASAs palavras foram inventadas para nos explicar o que vimos ou o que sentimos... Mas, como é difícil interpretar um lugar que nos acalma a alma e nos fascina os olhos! Trabalhada atentamente por artistas divinos, que fizeram de sua obra o despertar da paisagem viva, onde o significado de seu nome tupi nos revela o espírito que anseia por falar. Puruba, em tupi, significa “zunido” ou “eco”. O grande rio que traz a mensagem da nascente da serra serpenteia toda a colina deslizando pelo rico mangue desaguando docemente no oceano. O curioso é que ele divide a costa das areias brancas reveladas por nativos jundus que compõem a já famosa praia do Puruba e que, em um passado recente para aqueles que sua margem atravessavam, emitia ecos de seus próprios sons que confundiam seus visitantes, quanto aos verdadeiros segredos nunca desvendados; talvez, revelados pelos sons emitidos por espíritos protetores.
A 24 km do centro da cidade,região norte,no seio da Mata Atlântica, está o povoado de Puruba, que por conta da construção da BR-101, separou-se em sertão e vila da praia. Os caiçaras, que descendem praticamente de uma mesma família, guardam os segredos da sabedoria de quem convive rotineiramente com a natureza, onde encontram o remédio que cura suas doenças, a previsão meteorológica por conta de um simples olhar para o céu que uni-se ao oceano, ou a hora certa de cortar a madeira para construção de suas toscas canoas ou de suas moradias. Para quem não sabe, a madeira para manter-se conservada sem que haja decomposição rápida ou carunchos e cupins, depende da fase da lua, que determina o andamento do ciclo da cica em todo o seu corpo.
Dos segredos guardados na memória está a já extinta abundância das famosas Ostras Gigantes do Puruba que faziam parte do cenário antes nunca invadido pelo dito progresso, chegando por sua beleza ornamentar com suas conchas o também extinto restaurante 'Las Conchas' à beira-mar na Av. Iperoig.Também recorda-se nostalgicamente da rústica fábrica de tamancos, confeccionados com a cacheta, madeira macia e leve que se hospeda nos maguezais; e, por fim a quem se recorde trágica e poeticamente da influência direta da Revolução de 32.
Apesar dos tempos serem outros, a cultura da pesca artesanal ainda persiste na vila. Os costumes religiosos também se fazem presente na comunidade que festeja seus dias santos na capela de Santa Cruz, localizada na vila da praia, e na capela de Santo Antônio, localizada no sertão, onde mora o seu Benedito Fernandes, mestre do grupo de congada, dança apresentada sempre em dias festivos, tanto no Puruba quanto nas regiões para onde são convidados.
Descoberta pela equipe de produção da rede globo de televisão, a praia do Puruba, teve participações inéditas na microssérie a “A Invenção do Brasil”,que virou longametragem; atraindo seguidamente outras participações em TV e cinema que exibem cenas de sua encantadora e recatada beleza.
Olhando para o oceano, após atravessar a margem do rio conduzido por uma canoa e seu condutor, avistamos ao longe a imagem de um peixe gigante, que antes mesmo de nos assustarmos percebemos que trata-se da visitada Ilha do Prumirim. Na imagem poética e romântica, a vila desfruta também dos benefícios da civilização moderna, como escolas, igrejas, luz elétrica, bares, e até mesmo os meios de hospedagem como casas de aluguéis e camping selvagem.
Conhecer um lugar novo não é apenas passar por ele e admirar sua paisagem. Para conhecer um lugar de verdade tem-se que degustar de sua autenticidade, explorar suas histórias conversando com sua gente, vivenciar o que a natureza oferece, a ponto até de descobrir o diferencial do cheiro do mar, do rio e da mata, permitindo que unifiquem-se somente quando tiverem a certeza de que lá estiveram, pois a mistura fica na alma; logo, para sempre em sua memória. Só você poderá permitir que Puruba misture-se e faça parte de sua história. .

Fotos aéreas recentes

Esta é a foz do rio onde aparece o pescador