Praia da Picinguaba,
um refúgio de talentos
Tombada pelo Condephaat desde o dia primeiro de março de
1983, no seio da Mata Atlântica está a Vila Picinguaba, que em tupi significa
“Refúgio de peixes”. E que hoje refugia muitos pescadores, conservadores da
tradição da pesca, dos costumes caiçaras e da arte de contar estórias e
histórias... A arquitetura fundiu-se entre a modernidade e o passado:
encontramos desde pousadas, escolas até a casa de D. Vangelina, 90 anos,
construída em 1915, de pau-a-pique. Parte da reserva ecológica do Parque
Estadual da Serra do Mar, a vila deslumbra uma paisagem inigualável. A partir
de sua entrada na BR-101, próximo ao Km. 8 deslancha-se aproximadamente 3
quilômetros de percurso, beirando mangues, matas, praias e oceano, nos fazendo
mergulhar numa realidade fascinante, que até nos faz acreditar nas estórias do
conhecido Sr. Pool. Ele diz que até lobisomem tinha lá. Certa vez, uma mulher
vestida de baeta (vestido vermelho) retornou da missa numa sexta-feira da
paixão, lua cheia e cruzou com um cachorro enorme que mordeu um pedaço de seu
vestido. Assustada, correu para sua casa, trancou-se e pôs-se a rezar, quando
seu esposo chegou. Já mais calma, contava-lhe o ocorrido, enquanto lhe fazia um
cafuné, quando percebeu um pedaço de tecido vermelho entre seus dentes.
Assustada, assim que o dia amanheceu, não perdeu tempo e foi relatar ao padre o
acontecido, afirmando que seu esposo era o lobisomem. O padre, mais do que
depressa, tomou as providências para desfazer o encanto. O marido agradeceu-lhe
por tê-lo libertado porém, inexplicavelmente, matou o padre com um tiro.
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