Praia do Perequê-Açu

Se pudéssemos voltar no tempo... Presenciaríamos uma realidade que os nossos olhos não mais podem ver. Ainda há quem se lembre da tímida Perequê-Açu, onde sua resguardada paisagem era composta apenas por mangues, areias brancas e monazíticas, uma pequena colina, jundus e uma calma e bela baia.
Quando o homem viu os primeiros raios solares que douram as águas, as mesmas que beijam seu chão, desejou a bela Perequê-Açu por tamanha sedução.
Um bar pioneiro, de madeira, surgiu em sua areia. Era o Rancho do Galo, instalado no canto direito da praia, muito bem freqüentado. Vizinha à praia Iperoig, no Centro, possibilitava aos visitantes da época um acesso fácil, na qual tinham que atravessar apenas uma ponte de madeira. Logo iniciou-se a especulação imobiliária, despertando o interesse até de nobres pertencentes à família real, vindos de outras terras...
Com o passar dos anos, tornou-se símbolo da beleza de Ubatuba, logo, a praia mais freqüentada do município. Abençoada por Iemanjá, no dia de passagem de ano novo recebe um grande fluxo de fiéis e admiradores que vêm de toda parte do mundo para homenagear e fazer seus pedidos à santa entidade.
Pioneira e cúmplice, tem grande responsabilidade na formação da história de Ubatuba.
Sua orla marítima é pontilhada por quiosques que recebem um grande fluxo de turistas, que desembarcam no Terminal Turístico, onde há infra estrutura completa para recebê-los. Desde duchas, banheiros, lanchonete até estacionamentos para os ônibus que trazem os turistas.
Entre os muitos moradores, misturam-se caiçaras, veranistas e grandes artistas, como o conhecido Da Motta, escultor e grande contador de “causos”. Suas obras já foram até para o exterior. Ele conta que isto é um “dom”, mas que, em sua juventude, foi quase um problema, pois quando trabalhou no antigo Horto Florestal, chegou a perder seu emprego, pois ao invés de trabalhar, ficava esculpindo, sem ver as horas passarem e nem o patrão!
Com tantas mudanças, o progresso chegou de mansinho, a ponte de madeira foi substituída por uma de concreto, os acessos às outras praias tornou-se mais fácil, redistribuindo o turismo, e a praia do Perequê-Açu transferiu seu título de cartão de visitas para Praia Grande, que ironicamente é o significado do nome de Perequê-Açu na língua tupi (Perequê= Praia e Açu=Grande).
Hoje, o Perequê-Açu possui vida própria. Nela está instalada o estádio municipal, Terminal Turístico, a base dos Guarda Vidas, uma escola de samba, escolas, farmácias, campings, prédios residenciais. Enfim, criou vida.
Sua praia também é palco de eventos culturais, educativos e recreativos, como: Concurso de Pipas, Concurso de Esculturas de Areia, Bolando com Bolas, e tantos outros realizados pelo município.