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O Refúgio da Fortaleza  

  vista do centro da Praia

Refugiada a aproximadamente 8 km da rodovia Rio-Santos está a praia de Fortaleza. Seus nativos guardam na memória vestígios de um passado curioso. Segundo o sr. Antônio José dos Santos, 65 anos (o sr. Tonico), ao longo do braço que invade o mar, construído pela natureza com enormes pedras, insinuando o ato de quem irá abraçar a praia, está a origem do nome desta. Ali abrigavam-se, devido ao mau tempo antigos corsários, que conduziam mercadorias de estimado valor (como madeira de lei e pedras preciosas, vindas de Minas) e também usado como refúgio de corsários piratas. O amontoado de pedras era, sem sombra de dúvidas, um forte seguro pois ele oculta as belezas de Fortaleza aos olhos de quem navega no canal de Ilha bela e Ilha Anchieta, porém permitindo, aos que estão do lado de cá da praia, uma visão inigualável.Nesta época, o povoado de 44 habitantes vivia do plantio e da pesca, que também serviam como capital de troca de produtos e materiais vindos de fora. Um povo de cultura múltipla, traz em sua alma a alegria da dança nas festas religiosas, como a do bate-pé, sempre presente nos festejos até os dias de hoje. Questiona-se se poderia ser herança adaptada, pois os negros que habitavam a praia da Cassandoca, em um determinado dia do ano, eram liberados para recordar e executar suas danças. Como Fortaleza ainda não tinha estrada, um negro subia na parte mais alta do morro e tocava o ilú (tambor grande), comunicando os escravos vizinhos que era dia de festa. vista do lado direito da Praia As maiores tentativas de progresso foram: a construção de dois alambiques que produziam a mais pura pinga, que era transportada em canoas de voga rumo ao Porto de Santos, conduzidas por 6 homens, levando de três dias a uma semana, dependendo de ventos ou tempestades inesperadas e a de uma mini padaria, cujo proprietário era o pai do sr. Tonico (que veio residir em Fortaleza após se casar), que em pouco tempo faliu, pois todos queriam comprar pão em troca de bananas, farinha ou peixes. Com peixes em vista do lado esquerdo da Praia abundância, ao longo de aproximadamente 800 metros de areia dura e fina, encontravam-se mais de trinta ranchos de canoas. Hoje, para restituir em nossa mente a antiga Fortaleza, a antiga capela à beira-mar construída pela comunidade e o único rancho de canoas, confeccionado há 47 anos pelos punhos do sr. Ondino Ângelo Neves, 65 anos, é o que nos resta. Mas podemos nos embriagar pela beleza e tranqüilidade expostas na praia ou nos refugiar na famosa piscina natural ao lado direito que dá de encontro com uma pequena trilha de uns 20 metros pela costeira. Ousando um pouco mais da curiosidade, poderemos encontrar quase no final da costeira (forte) um platô de 50 metros, do lado do mar aberto, três pegadas que dizem os caiçaras serem do pé do apóstolo Pedro. Ninguém afirma ao certo de quem são, porém os avós do sr. Ondino juram ter visto em dia santo manchas de sangue! Dos mistérios e da fé do caiçara, quem dúvida? Só mesmo indo ver para crer.