Praia da Figueira, o íntimo da evolução...
Em terras particulares encontra-se a
penúltima praia de Ubatuba, localizada na região sul do município. Resguardada dos acontecimentos do mundo moderno, observamos do alto a
pouco conhecida praia da Figueira. Do mirante, localizado na estrada que leva à praia vizinha, Ponta Aguda, tentamos decifrar seus mais íntimos
segredos. O lugar, que não tem luz elétrica, revela na fumaça que exala de uma chaminé a tecnologia do fogão à lenha, que até nos dias
de hoje há uma opinião unânime quanto ao valor do sabor do alimento produzido em tal fogão. Ao longe, também observamos uma pequena
plantação, o que denuncia ares de uma primitiva e saudável civilização. O tempo parece estagnar-se. A praia de tombo, mostra o jundu que
beija as areias rajadas por uma coloração negra de rochas eruptivas, conhecida como monazítica. Defronte, nos deparamos com a intocada ilha
do Tamanduá, que camufla os movimentos do canal de
Ilhabela e São Sebastião. A ilusória proteção do local é também a ilusão que nos leva a crer que o tempo não passou, pois ali é o
local onde o homem orienta-se através do ciclo da lua e dos ventos: é através destes elementos que sabem o momento certo de plantar e
colher e até mesmo de lançar-se ao mar em busca de alimento. Longas noites e intensos dias no mar, o retorno é sempre recepcionado por
filhos e esposa. Na hora da refeição, o peixe com banana verde, conhecido também como o típico prato caiçara, o azul marinho, sempre
acompanhado de uma pura aguardente. O lugar, aparentemente intocado pelo progresso, nos faz refletir sobre o que chamamos de evolução...
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