Cachoeira do Promirim, o nosso planeta água!

 

A cachoeira do Promirim é formada por várias quedas e um grande poço. Foto: Renata StuartOculta aos olhos de quem passa pela Rodovia BR-101, embaixo da ponte do Promirim, está uma das mais refrescantes cachoeiras de Ubatuba.
A nascente surge discretamente no seio da Mata Atlântica, descendo Serra a baixo, com a força gigante da Mãe Natureza, contornando rochas margeadas por raras espécies de árvores nativas. Cada queda d’água tem uma, forma diferente, com três principais poços na área de visitação. É em meio às pedras que está sua principal atração: os pequenos poços acima da segunda queda, onde desfrutamos de pequenas hidromassagens naturais. Em algumas você pode ficar sentado, em outras, você consegue encaixar todo o corpo. É uma delícia!
Segundo os moradores da Vila de Promirim, dizem que os mais antigos viam descer da cachoeira a “Mãe do Ouro”. Talvez ela quisesse mostrar a verdadeira riqueza e a magia aos habitantes do lugar. “Água que mina da terra, transborda por entre pedras, preserva e dá vida. Seu líquido é transparente, sem sabor e sem cheiro, porém mata a sede e mantém o corpo revitalizado. Seu banho purifica a alma e mente. Sua força rege um planeta que ironicamente chama-se Terra.”
Já há algum tempo foi descoberta pelos turistas e também por produtores de comerciais de TV. Lembram-se do comercial das duchas Corona e um dos últimos trabalhos da Rider produzidos em uma cachoeira? Então, é ela mesma. A única diferença é que os poços antes profundos sofreram um grande assoreamento em 1996 nas enchentes. Porém, a Natureza está encarregado-se de reconstituí-la.
Promirim reúne ilha, praia, rio, cachoeira, sertão e uma aldeia indígena, sem contar que localiza-se dentro da área do Parque Estadual da Serra do Mar. Os índios Guarani da aldeia Boa Vista, encontram-se à beira da ponte, onde está a cachoeira. Lá, eles comercializam seus apetrechos e o palmito nativo que, por lei ambiental, só eles podem praticar a retirada da Mata. As quedas, vistas de baixo para cima. Foto: Renata Stuart
Em dias de feriados e temporada Seo Antônio e seu filho Nilton abrem o rústico “Rancho da Cachoeira”, bar à beira da cachoeira. Uma atividade que praticam há mais de 40 anos. Além de servir agradáveis petiscos e a loira sempre gelada, ele orienta os turistas quanto à preservação do local, o recolhimento do lixo e, principalmente, alerta quanto aos locais de perigo, pois as pedras escorregadias requerem muita atenção. A terceira queda d’água tem aproximadamente 20 metros de altura e você pode encontrar alguns nativos praticando saltos mortais. Este é um espetáculo à parte. Porém, não se arrisque, pois eles nasceram e se criaram aos arredores da cachoeira. Esta travessura requer experiência. Mas é possível chegar lá em baixo através de um pequena trilha, onde os degraus são formados por raízes e algumas rochas. Dizem os mais velhos que espíritos protegem a cachoeira e que, para banhar-se, é necessário pedir permissão. Quem deles duvida ou debocha corre o risco de machucar-se ou conhecer o caminho da morte. Mas tudo é uma questão de respeito!
Para quem for desfrutar desta agradável cachoeira, é bom proteger-se com repelente pois, nos dias quentes, os borrachudos fêmeas precisam de sangue para procriar. Nada que possa estragar seu passeio!

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 A 25 Km do centro da cidade, no Km 15 da BR 101 (Rio Santos) 

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