Praia Brava da Itamambuca ou
Prainha, um templo sagrado!
Muitos dizem que para alcançar o verdadeiro merecimento da felicidade é preciso ir em busca; mesmo que o caminho seja cheio de obstáculos é preciso persistência para conquistar o desconhecido, que promete ser perfeito e um tanto especial. Assim é o percurso que leva à praia que recebe muitos nomes: Brava da Itamambuca, Prainha ou ainda Pedrinha. O lugar, que mais parece um templo sagrado, revela-se de fato especial... Mesmo porque aparece como num passo de mágica quando a maré está baixa e fica escondida por entre pedras, por isso para achá-la é necessário o tempo certo, como um portal. A trilha, de classificação “Difícil”, inicia-se ao lado esquerdo da famosa praia de Itamambuca, região norte do município, a 11 km do centro. Na costeira, logo após o pequeno regato, pode-se observar uma rocha que forma uma parede lisa, na qual está uma corda de apoio, onde inicia-se a aventura em busca do lugar sagrado. Ao subir a rocha apoiando-se na corda, logo encontramos raízes que servem de sustentação para a pequena escalada. Folhas em decomposição pelo caminho úmido fazem com que parte do trajeto estreito fique tão enlamaçado que em alguns momentos é necessário ficar com o pé atolado até o tornozelo ou mais. Íngreme, o trajeto exige bastante atenção para que não escorreguemos ladeira abaixo; à vezes, é necessário pés e mãos em ação ao mesmo tempo. Caso encontrem bifurcações, o aconselhável é seguir sempre à direita.
Pedir proteção e licença para a Mãe-mata é necessário: o respeito entre os seres é o segredo de estar bem sempre!
Já no alto da colina, podemos observar a bela praia de Itamambuca que despede-se de nossos olhos que ganharão outra vista panorâmica do Atlântico. Árvores de troncos frondosos são presentes em todo o trajeto: figueiras, guapuruvus e muitas outras espécies da Mata Atlântica.
Quando estamos um pouco cansados, somos presenteados por água no caminho nos revigorando e dando tempo para observar o semi bosque ao nosso redor que em parte da caminhada nos recebe com um tapete de jasmins perfumados. Temos a impressão de estar sendo vigiados durante toda a trilha por outros animais que não se mostram aos nossos olhos, porém fazem barulho na mata: é como se estivéssemos sendo protegidos por eles. Então, quando percebemos, estamos descendo, avistando umas piscinas que se formam na costeira; é lá que iremos chegar.
Temos que caminhar agora pelas pedras sentido norte e, após uma hora de percurso, chegamos a tão esperada praia Brava da Itamambuca. Linda e encantadora, é cheia de pedras gigantes, ornamentadas por bromélias, caetés, cactos, cipós e tantos outros vegetais nada comuns em tamanha quantidade à beira-mar, fazendo com que nos sentimos em um verdadeiro templo. Quanto à vista que descortina-se para o imenso planeta azul, é indescritível. Mas é necessário tomar cuidado com as ciladas da maré pois a praia é de tombo, ou seja, de areia irregular e correnteza presente.
A dica para visitar a praia é ir cedo e voltar antes do sol se pôr, devido a pouca luminosidade na mata fechada, e ficar de olho na tábua de marés, senão você não encontrará o lugar que tanto procura.
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